Por onde anda Lucas Figueiredo?

Onde estará o jornalista, hoje mais escritor que jornalista, Lucas Figueiredo? Eu o via, sempre, ali na Avenida Bandeirantes, buscando os seus filhos na escola. Vou puxar pela memória, como dizia Hélio Pellegrino. Mineiro de Belo Horizonte, Lucas recebeu três Prêmios Esso, dois Vladimir Herzog e um Jabuti, entre outros. É autor dos livros-reportagem “Morcegos Negros”, “Ministério do Silêncio”, “O Operador”, “Olho por Olho” e “Boa Ventura”!
Atualmente, escreve a biografia do intitulado mártir da Inconfidência Mineira, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, que será publicada pela Companhia das Letras. Isso se ele continuar como mártir, depois deste livro…
O que impressiona é a perenidade de seus livros. “Ministério do Silêncio” conta a história do SNI – Serviço Nacional de Investigações. Para mim, é um livro de história do Brasil recente.
“O Operador” conta a história da vida de Marcos Valério. Os jornalistas brasileiros deveriam tê-lo como fonte primária, a cada nova descoberta da Polícia Federal e Ministério Público. Está tudo relacionado. “Olho Por Olho”, conta a história do “Orvil” o livro secreto da ditadura, e o “Brasil, Nunca Mais”, a bíblia sobre a tortura, escrita pelas instituições de direitos humanos.
“Boa Ventura” conta para onde foram as toneladas de ouro extraídas de Minas Gerais no tempo do Brasil-Colônia.
O seu mais impactante livro “Morcegos Negros”, a história da ascensão e queda de Fernando Collor de Mello, através da trajetória de seu ex-tesoureiro Paulo César Farias, cuja morte – e da namorada Suzana Marcolino, nunca foi esclarecida.
Aos curiosos, a página 142 do “Morcegos Negros” mostra um bilhete escrito pelo atual presidente da Câmara, Eduardo Cunha, então presidente da Telerj, endereçada a um executivo de uma multinacional. Na pauta, um encontro encomendado com o Fernando Collor, então presidente da República.
Em tempo: Lucas Figueiredo está morando fora do Brasil, com toda a sua família.